domingo, 26 de fevereiro de 2012

Nada a condenar dos que fazem cursos paraguaios


Quando denunciei aqui neste espaço que tanto a Universidade Federal do Acre (Ufac) quanto a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) validam automaticamente os cursos de Mestrado e Doutorado obtidos no âmbito no Mercosul, principalmente no Paraguai, algo completamente ilegal e condenável por parte das universidades, não significa que seja condenável a participação de professores das duas instituições nesses cursos. É condenável para as instituições, sim, por darem um tiro no pé de todo o sistema de pós-graduação do País, montado com o suor de cada uma das pessoas que para ele deram algum tipo de contribuição. Ao reconhecer automaticamente esse tipo de título, as instituições o fazem na ânsia de dar respostas às políticas públicas que existem o maior número possível de mestres e doutores para se obter financiamento. No entanto, tem impacto profundamente negativo nos rumos da pós-graduação no País. Por outro lado, não há como condenar professores que se sentem atraídos pelas facilidades de um Mestrado ou Doutorado de final-de-mês. Grande parte deles não é competente o suficiente para ser aprovados em nenhum Programa de Pós-graduação brasileiros. Sem saída para progredir na carreira, aproveitam essa oportunidades. Se os pares aceitam e os liberam, quem somos nós para condená-los. É evidente que cursos obtidos na Faculdade Intermericana do Paraguai, por exemplo, estão muito além da “décima quinta categoria”. No Brasil, porém, depois de o título obtido, não importa muito a origem, dada a carência de mestres e doutores. Das universidades se esperaria um crivo mínimo de qualidade. Se a elas isso não interessa, a nós, cabe apenas chamar a atenção para o problema. Em nenhum momento, porém, devemos condenar os professores que participam dessa arapucas.

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