Sou, convictamente, contra
qualquer tipo de Estatuto. Entendo que só é necessário existir Estatuto do
Idoso, do Adolescente, do Torcedor, da Juventude e quetais porque as pessoas
não se respeitam. Há muito defendo que a Constituição brasileira deveria ter
apenas um artigo: “Todo ser vivo deve respeitar o outro ser vivo”. Acrescido de
“revoguem-se as disposições em contrário”. Como, porém, vivemos, no Brasil, a
era do Estatuto para tudo quanto é situação, faz-se urgente que haja um
Estatuto do Professor. Hoje li, estarrecido, que um estudante de 15 anos, em
Montes Claros, Minas Gerais, arremessou uma carteira escolar contra a
professora por não concordar em ter sido advertido. Não se tem notícias de
quais foram os termos dessa advertência, nem a forma como ocorreu. Qualquer que
tenha sido, no entanto, não dá direito ao estudante de reagir como reagiu o
estudante de Minas Gerais. Quaisquer limites da tolerância começam a ser
afetados e urge que se tome alguma providência para evitar que os professores
se tornem reféns de estudantes violentos e destemperados. Quem não se lembra do
mês de maio de 2009, quando o Auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências
Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi invadido
pelo irmão do governador Omar Aziz e fui brutalmente agredido por comentar uma
manobra articulada pelo então Senador Arthur Neto para retirar o nome do então
vice-governador da CPI da Pedofilia? A violência contra professores e
professoras atingiu um nível tão insuportável que, diante da moda dos
Estatutos, é urgente que algum parlamentar proponha, imediatamente, a criação
do Estatuto do Professor. Antes que estudantes, pais, parentes e agregados se
achem no direito de invadir os espaços educativos e surrar professores por
discordarem das suas ideias.
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