domingo, 12 de fevereiro de 2012

O pacto da convivência e do mínimo respeito


Ao iniciar minhas aulas no curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ou em qualquer curso que esteja a ministrar aulas, proponho o que chamo de “pacto da convivência e do mínimo respeito”. Pergunto se alguém se lembra da música “Palavrinhas Mágicas”, quando a apresentadora Eliana rivalizava com a Xuxa nas lembranças das manhãs de muitas crianças. Ultimamente é raro encontrar alguém que se lembre. Creio, em breve, terei de começar as aulas com o clipe da Eliana para que os estudantes se lembrem que existe “Bom dia, boa tarde, boa noiteeeee ... viver assim é bom demais!”. Grande parte dos estudantes de todas as idades padece, basicamente, da falta de educação doméstica, em todos os níveis do Ensino. Nas universidades, nos cursos de graduação, por exemplo, há quem considere o espaço da sala-de-aula como zona de ninguém. Onde tudo se pode. Entrar e sair, sem dar o mínimo de satisfação a quem, naquele horário, exerce o papel de professor, é regra atualmente. Costumo dizer aos estudantes o seguinte: comigo tudo pode, desde que precedido das “palavrinhas mágicas” que são a chave para boa convivência entre seres vivos, ditos humanos. Faço o possível para que exercitem a liberdade, inclusive de ir e vir. No entanto, a sala-de-aula não é um espaço individual. Muito menos uma clausura. O exercício do livre arbítrio de ir e vir, por exemplo, deve ser precedido de um “por favor”, “muito obrigado” e outras gentilezas do mesmo quilate. O uso do celular é proibido em minhas aulas? Não! De forma alguma. O ato de atendê-lo, no entanto, deve ser precedido de um pedido de licença. E que o seja fora da sala-de-aula. Não aceito o ato de educar como imposição: trata-se de convencimento. Exercitar o respeito ao outro e aos espaços coletivos é fundamental para se apreender a essência da vida em coletividade.

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