O título de doutor, para
algumas pessoas, parece funcionar como uma espécie de esconderijo, um casulo,
uma capa de caracol para esconder a incompetência e a falta de compromisso com
a Educação. Dizer que as atividades administrativas e de sala de aula exercidas
por um doutor na estrutura das universidades brasileiras impede que se produzam
pelo menos dois artigos científicos “de qualidade” por ano é choro dos que nada
fazem. Desculpa de quem pode ser muito bom “fazedor”, cumpridor de tarefas,
mas, um péssimo pensador, característica essencial a um cientista. É
perfeitamente possível a convivência, em um mesmo ser, de um tarefeiro e de um
pensador. Acontece que na gradação de valor para o processo de avaliação da
Pós-graduação no Brasil, por decisão dos próprios cientistas, cumprir tarefas
tem valor inferior a produzir Ciência, inclusive, por meio de artigos
científicos e capítulos de livros. Sou contra a produção pela produção. Porém,
não considero que a exigência mínima de dois artigos por ano seja algo absurdo
nem para quem exerce funções administrativas e ministra disciplinas. Talvez o
seja sim, para os metodologistas tradicionais que ao ensinar, não pesquisam e
não conseguem praticar a extensão ao mesmo tempo. São professores (e
pesquisadores) limitados pelo processo de formação e pela própria visão de
mundo. Podem se superar as próprias limitações com trabalho e dedicação. Mas,
ficar só no choro sem produzir nenhuma linha não os tornará mais cientistas.
Sou frontalmente contra a visão produtivista na Educação, mas nem só de papo
vive um pesquisador.
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