domingo, 5 de fevereiro de 2012

Uma UEA para o Acre, mas sem xenofobia


A declaração do deputado Eber Machado (PSDC), propositor da criação da Universidade Estadual do Acre (UEA), sobre o episódio da não-matrícula de nenhum dos estudantes aprovados para o curso de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), dada a um dos jornais de Rio Branco, sábado, é apressada, equivocada e revela que a nova universidade por ele proposta será fechada, em quotas, apenas para acreanos. Erro crasso, por conter fobia contra “estrangeiros” no próprio nascedouro. Diz ele ao jornal que o episódio “comprova a ineficiência da Ufac, e acrescenta: “’Além de tomarem as vagas dos acreanos, ainda zombaram da gente em não fazer as matrículas. Os burocratas da Ufac fizeram um vestibular para o Brasil”, criticou o parlamentar, ressaltando que a sua proposta é para “corrigir essas distorções’.” Não se trata, de jeito nenhum, de ineficiência da Ufac. Mais dia, menos dia, isso aconteceria com a Ufac ou qualquer outra universidade de região. Com a adesão ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que levam em conta as notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a possibilidade de uma ocorrência desse tipo não seria totalmente eliminada. Quanto à proposta dele da UEA, afora o fato que já existe uma UEA no Amazonas (Universidade do Estado do Amazonas) nada contra. Criar, porém, uma universidade apenas para “acreanos” é impensável. O que seria de mim, acreano, se não pudesse ser recebido na Universidade de São Paulo (Usp), por exemplo? Não teria cursado nem Mestrado nem Doutorado fora de Manaus. E se não fosse recebido em Manaus por ser acreano?

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