A declaração do deputado
Eber Machado (PSDC), propositor da criação da Universidade Estadual do Acre
(UEA), sobre o episódio da não-matrícula de nenhum dos estudantes aprovados para
o curso de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), dada a um dos
jornais de Rio Branco, sábado, é apressada, equivocada e revela que a nova
universidade por ele proposta será fechada, em quotas, apenas para acreanos.
Erro crasso, por conter fobia contra “estrangeiros” no próprio nascedouro. Diz
ele ao jornal que o episódio “comprova a ineficiência da Ufac, e acrescenta: “’Além
de tomarem as vagas dos acreanos, ainda zombaram da gente em não fazer as
matrículas. Os burocratas da Ufac fizeram um vestibular para o Brasil”,
criticou o parlamentar, ressaltando que a sua proposta é para “corrigir essas
distorções’.” Não se trata, de jeito nenhum, de ineficiência da Ufac. Mais dia,
menos dia, isso aconteceria com a Ufac ou qualquer outra universidade de
região. Com a adesão ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que levam em conta
as notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a possibilidade de
uma ocorrência desse tipo não seria totalmente eliminada. Quanto à proposta
dele da UEA, afora o fato que já existe uma UEA no Amazonas (Universidade do
Estado do Amazonas) nada contra. Criar, porém, uma universidade apenas para “acreanos”
é impensável. O que seria de mim, acreano, se não pudesse ser recebido na
Universidade de São Paulo (Usp), por exemplo? Não teria cursado nem Mestrado
nem Doutorado fora de Manaus. E se não fosse recebido em Manaus por ser
acreano?
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