Ontem, por ocasião da
postagem “Os leigos podem e devem supervisionar a Ciência”, cujo questionamento
final foi “Será que haveria o mesmo entusiasmo se fosse proposto, por exemplo,
o Conselho Nacional de Ciência (CNC)? Quem bancaria essa ideia?” recebi alguns
pedidos de esclarecimentos. Inicialmente, trata-se de uma provocação. Por
princípio, a pesquisa científica não deve ter nenhum tipo de barreira. Ela (a
Ciência) só avança com liberdade total. O que se questiona é o seguinte: como
podemos considerar democrático e legal controlar o Judiciário se não fazemos o
mesmo com a Ciência. O que considero possível e necessário é um mecanismo de fiscalização,
por parte da própria sociedade, da aplicação dos recursos públicos em Ciência,
Tecnologia e Inovação. Não aceito que alguns “iluminados” apenas pelo fato de
terem conseguido o título de “doutor” sejam os “donos-da-verdade” e capazes de
deliberar sobre o que é ou não estratégico para o Brasil. Quem disse, por
exemplo, que pesquisas sem nenhum tipo de retorno prático para a sociedade,
devem ser finaciadas? O financiamento público da pesquisa deve sim, ser
fiscalizado pela sociedade. Ora, se juízes precisam ser controlados
externamente, por que pesquisadores e cientistas também não podem? E digo mais,
todas as pesquisas financiadas com recursos públicos deveriam ser disponibilizadas
gratuitamente à sociedade em livros e e-books produzidos pelas editoras
universitárias. O compromisso de quem recebe financiamento público deveria ser
este: a circulação livre das informações produzidas. Sem isso, os grupos de
pesquisa, por conseguinte, as universidades, transformam-se em escritórios de
negócios particulares financiados com recursos públicos, porém, sem gerar
retorno à sociedade.
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