quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Os problemas do Sisu para as universidades


Finalizei a publicação de ontem, dia 8 de fevereiro de 2012, neste Blog, com uma frase. “Com o Sisu, amplia-se o “pacto da mediocridade” e instala-se a era da “hipocrisia acadêmica”, que merece ser aprofundada. Os entusiastas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) só apontam o que consideram positivo: dar oportunidade a que todos concorram, de Norte a Sul, de Leste a Oeste do País. Há, inclusive, os que acrescentam a esse argumento: “de igual para igual”. Já começam a falsear a verdade, se é que existe verdade! Se não for esse o desejo, “falsear a realidade”, só se pode dizer que se trata de um tremendo cara-de-pau, quem assim age. O Sisu toma por base o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que mede, portanto, apenas o desempenho individual dos estudantes. Não leva em conta as escolas. Acontece que uma escola de São Paulo, por exemplo, não pode ser comparada com uma escola do interior do Amazonas. Será uma raridade, quase um milagre, que um estudante da segunda escola, ou seja, do interior do Amazonas, tenha desempenho similar ao de uma escola de São Paulo, capital. Logo, é falacioso o argumento de que no Sisu, a concorrência é “de igual para igual”. É do cerne do Sistema, também, para garantir essa pseudo-igualdade da concorrência universal, haver várias listas de espera, ou seja, várias chamadas. Certamente por sustentar um argumento falacioso, esse é, também, o maior defeito do Sisu. Sabem por quê? Porque amplia sim o chamado “pacto da mediocridade”. O que se dizer de um estudante que é acolhido em sala de aula faltando um mês para terminar o período letivo? Terá condições de ser avaliado utilizando-se os mesmos parâmetros dos outros? Legalmente, como ficam, por exemplo, as freqüências? Fossem ser “legalistas”, os professores e as instituições, esses estudantes das últimas chamadas já ingressariam reprovados. Por desempenho e por faltas. Se uma das disciplinas for de 60h, como são as do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e esse estudante for “repescado” um mês depois, estará reprovado por faltas, por maior que seja a bondade do professor. O Sisu, portanto, como falei ontem, instala uma “hipocrisia acadêmica” por obrigar, como nas instituições privadas, o professor a aceitar que a turma seja “complementada” ad eternum. A efetividade da administração acadêmica termina afetada nas instituições. Sem contar os casos de curiosidades que levam ao descrédito, com os da Universidade Federal do Amapa (Unifap) e Universidade Federal do Acre (Ufac) que não tiveram nenhum estudante matriculado na primeira chamada para o curso de Medicina.

Um comentário:

  1. Opa, senhores reitores se me chamarem p/ cursar na univercidade de medicina UFAC, conserteza estarei lá!
    agradeço a atenção
    SAYONARA MENDES

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