Certa vez, quando o
escritor amazonense Márcio Souza chamou a antiga Universidade do Amazonas (hoje
Universidade Federal do Amazonas - Ufam) de Grupo Escolar Universidade do
Amazonas, provocou uma gritaria geral. Poucos conseguiram, porém, perceber a
profundidade do raciocínio de Souza. Hoje, vejo com clareza que, se as
universidades se resumirem a seguir as políticas públicas vigentes para a Educação
Superior correm o risco de se transformar sim, em meros “escolões”. Uma dessas
tendências é a dita “formação para o mercado”, que carrega um viés extremamente
mecanicista. A outra é uma reação velada ao que se chama de “produtivismo” nos
programa de Pós-graduação. Não sou defensor voraz do processo de “produção” nos
moldes que funciona na Pós-graduação brasileira. No entanto, é impossível
pensar em professores doutores (pesquisadores, portanto) que não produzem nada.
Não considero “coisa do outro mundo” alguém publicar dois artigos por ano. É bem-verdade
que o processo de exploração de doutores para a obtenção de recursos e
financiamentos para as universidades é intenso. No entanto, não pode mesmo ser
chamada de universidade qualquer instituição que, mesmo possuindo cursos de
pós-graduação, tanto esses quanto os de graduação, são espaço apenas para
aulas. Essas instituições podem ser denominadas “escolões” sem medo. E nem
devem reagir se assim forem chamadas.
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