Uma amiga, cujo filho
estuda em uma escola particular, revelou que sexta-feira, dia 17 de fevereiro
de 2012, as aulas foram suspensas porque todos os professores e professoras
foram convidas a participar de um treinamento para o uso de “lousas
interativas”. Algumas boas escolas (particulares) de São Paulo já oferecem esse
“agrado” aos professores e estudantes há tempos. É louvável que as escolas de
Manaus também passem a oferecer novas possibilidades de alavancagem do processo
de ensino-aprendizagem. O fato, porém, revela, em primeiro momento, que o
planejamento das questões técnico-administrativas foi mal-feito. A não ser que
estejam a praticar a mesma estratégia de prefeitos e governadores que, só
realizaram obras de recapeamento asfáltico nos horários de “rush” a fim de
“mostrar trabalho”. Caso contrário, não se justifica que as aulas sejam
suspensas. Os treinamentos (e a implantação das tais lousas) deveria ter sido
feito antes de o período letivo ser iniciado. O maior dos equívocos que muitos
cometem, e não tenho como afirmar nada a respeito do assunto, nem da escola, é
centrar a questão da qualidade da Educação nos equipamentos. O problema é
estruturante, sistêmico e está centrado em uma cadeia que passa por um Ensino
Fundamental de péssima qualidade, transita em um Ensino mais para mediano que
pra Médio, e desemboca em uma Educação Superior sofrível. Estamos
frente-a-frente com o enigma do ovo pois não se pode mexer em um dos
subsistemas sem provocar reflexos no outro. Logo, o sistema educacional só
atingirá um nível de qualidade aceitável quando for planejado de forma global,
levando em conta os três níveis. Sem isso, fiaremos a indagar quem nasceu
primeiro: o ovo ou a galinha?
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