Espanta-me que alguns colegas professores (e professoras) das
universidades brasileiras aceitem se submeter à Resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde (CNS) que estabelece as “Diretrizes e Normas Regulamentadoras
de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos”, mas, nas greves decididas pela maioria
da categoria, em Assembleia, comportem-se sem princípio ético, pois, no meu
entendimento, quem continua a ministrar aulas e a desenvolver as demais
atividades para “lançar quando a greve acabar” dá uma lição de extrema falta de
ética e desrespeito aos próprios colegas que travam uma luta coletiva por uma
universidade pública, gratuita, de qualidade e referenciada socialmente. Isso
agrava um pacto de mediocridade e falta de ética com os estudantes que aceitam
participar desse circo dos horrores. Sem contar que, comportamentos dessa monta,
além de, volto a frisar, serem reprováveis, ressaltam a dicotomia entre o
ensino de graduação e de pós-graduação. É como se professor, ao obter o título
de doutor, fosse uma entidade acima do bem e do mal dentro da universidade e da
sociedade. Fico a imaginar que esses “pesquisadores” consideram ética é algo a
ser praticado e defendido por meros mortais. Entendo, no entanto, que quem
defende e aceita se submeter a essa interferência indevida dos Comitês de Ética
na Pesquisa, também tem a obrigação moral de praticar (e respeitar) a ética da
(e na) greve. Professor (e professora) que burla a greve com artimanhas com fazer
as atividades e depois lançá-las quando a greve acabar é um péssimo exemplo
para seus colegas, para os estudantes e para a sociedade. Quem defende a ética
na pesquisa também deveria praticá-la, como princípio basilar, na greve.
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