Não tenho nenhuma dúvida! Definitivamente, ao fim desta greve dos
professores das universidades públicas brasileiras, sairá vencedor ou o modelo
privatista e de negócios implementado no governo de Fernando Henrique Cardoso e
refinado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ou brota, de novo, a chama de
uma universidade pública, gratuita, de qualidade e referenciada socialmente
como defende o Sindicado Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino
Superior (Andes-SN). E sabem o porquê de falar em “modelo privatista”? Pelo
simples fato de que, há muito, é o que ocorre nas universidades brasileiras. Em
nome da troca de experiências e aproximação coma sociedade, principalmente após
a aprovação da Lei de Inovação Tecnológica, o que ocorre é isso: professores
montam verdadeiras empresas privadas, travestidas de centros de pesquisa, e
passam a oferecer serviços e negócios usando toda a estrutura montada com
dinheiro público captado por meio de projetos de pesquisa e extensão. Não quero
apelar para a questão ética, apenas me pergunto: é justo uma empresa não investir
um centavo e depois se apoderar do conhecimento produzido (às vezes à custa da exploração
de inúmeros bolsistas) e dos produtos e deixar apenas migalhas para a
universidade, enquanto seus professores ganham milhões. Talvez desse “caldo”
todo até se tenha, no final de tudo, melhorias em bloco para a sociedade. Do
ponto de vista do capitalista, porém, é a universidade se curvar ao modelo de
exploração, de rapinagem, tão combatido ao longo dos anos. No capitalismo,
entendo eu, os investimentos precisam ser de risco. Investir na universidade
dessa forma é reduzir os riscos quase ao zero. A mim me parece que nesse modelo
que ora passa a vigorar nas universidades públicas brasileiras, o que se tem é
um estupro e não o que chama de parceria público-privada. Se, da greve,
sairmos, pelo menos, como esse dilema resolvido e com uma universidade na qual
os professores não precisaram usar mais máscaras para esconder seus escritórios
de fachada (ou regulamentados terá sido o maior ganho do movimento.
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