É curioso que, justamente em meio à greve dos professores (e
professoras) das universidades federais, dentre elas da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam), o Ministério da Educação (MEC) anuncie a ampliação de 48 vagas
no curso de Medicina da Ufam, e a abertura de 80 vagas para um novo curso de
Medicina, da Ufam, em Coari. Digo curioso porque uma das principais bandeiras
da greve, por conseguinte, dos grevistas, é a qualidade do ensino (gosto mais
da expressão processo de aprendizagem). Ora! Todos sabemos dos problemas
enfrentados pelo curso de Medicina da Ufam para sair de um estado de “quase
falência” para, hoje, estar entre os melhores cursos do País, com nota 4.
Acontece que aumentar mais 48 vagas sem a contratação de novos professores só
de uma finalidade: aumentar as estatísticas da ampliação das vagas, nada mais. E
corre-se o risco de jogar no lama todo o trabalho de recuperação do curso.
Pensar que o aumento do número de estudantes não atinge a qualidade do curso é
ingenuidade. O que mais me espanta e aceitarmos, calados, que seja aberto um
curso de Medicina em Coari, com 80 vagas, onde as condições para o
funcionamento de um curso desses são zero. Não há professores, não há espaço
para as atividades práticas e não se tem minimamente a certeza de que as condições
ideias para se iniciar um curso dessa envergadura seja atingida. É temerário e
irresponsável apoiar um processo desses de expansão.
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