Ontem, na assembleia setorial do Instituto de Ciências Humanas e
Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a professora do
Departamento de Comunicação Social (DECOM), doutora Sandra Maria Campos, em sua
falou, apresentou a “metáfora do Bebun” para ressaltar que há uma política
pública que “embriagada” os doutores, os faz apresentar projetos de Programas
de Mestrado e Doutorado, porém, depois vem a ressaca, ou seja, a falta de
infraestrutura e de condições de trabalho para o desenvolvimento das atividades
básica de pesquisador. Acerta na mosca a professora. O que ocorrer é isso
mesmo: doutores e doutoras são iludidos com as estatísticas dos programas de
Pós-graduação, principalmente na Ufam, porém, ao ingressarem na Instituição,
passam a fazer um trabalho voluntarioso, pois, nem recebem função gratificada
para exercerem a coordenação dos Programas de Pós. O mais interessante dessa
metáfora usada pela professora é que ela se aplica, em grande parte dos casos,
a muitos professores e professoras que, em época de greve, como agora, aparecem
nas assembleias da categoria, no momento da ressaca, reclamam da Capes, da
falta de condições de trabalho e da exploração à qual são submetidos. Ao saírem
das assembleias, porém, voltam para o vício, enchem a cara de ilusão e vão
ministrar aulas e exercer suas funções nos programas de Pós. São professores (e professoras) que defendem arduamente que
não deve haver nenhum tipo de distinção entre Graduação e Pós-graduação, porém,
em Greve, param imediatamente as atividades nos cursos de Graduação e insistem
em que não se pode parar a Pós, “porque temos de cumprir prazos da Capes”.
Trata-se, efetivamente, da “metáfora” do Bebun: na ressaca, correm para os
braços da categoria, quando voltam a si, passam a se embriagar de novo com as ilusões
da Pós.
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