A greve dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior
(Ifes) completa hoje 42 dois dias sem que o Governo Federal tenha apresentado
nenhuma proposta de negociação referente à carreira de professor federal,
defendida pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino
Superior (Andes). O “tamanho da greve”, ou seja, o tempo de paralisação começa
a ser usado pelo Governo e pela mídia, principalmente a Rede Globo, contra a
greve, como se os docentes não aceitassem a “proposta do governo”, coisa que
não existe, e como se nós, os professores em greve, estivéssemos “prejudicando”
os estudantes. Esse foi o tom de uma reportagem no G1, portal de notícias da
Rede Globo, e, certamente, será a tônica das demais matérias da Rede. É preciso
que fique claro, no entanto, que a greve é um direito do trabalhador e, quando
acontece, causa prejuízos para todos os envolvidos, principalmente professores
e estudantes. Ninguém faz greve por esporte, por gostar de fazê-los. Nossa luta
é contra a posição intransigente do Governo Federal de não negociar com os
docentes. Lutar por uma universidade pública, de qualidade e socialmente referenciada
é se posicionar ao lado da sociedade e dos estudantes. Uma universidade melhor
e uma sociedade mais justa é fundamental para todos nós. E tanto a Globo quando
o Governo Federal, que, de repente, parecem ter assumido uma postura em
conjunto contra o Andes, logo, contra os docentes em greve, precisam de uma
resposta à altura. E a resposta à altura não pode ficar nos “atos simbólicos”
nas praças e em locais que não exponham essa clara posição de “não negociar”. A
hora, a mim me parece, é de radicalizar. Defendo, portanto, que nossa greve
seja efetivamente de ocupação: ocupação do MEC e de todas as reitorias das
universidades em greve, com acampamento, até que o Governo apresente uma
proposta e aceite negociar com o Andes. Se não fizermos isso sairemos com as
mãos abanando e cozidos, como o Governo fez com a Fasubra, a entidade dos
técnicos, que saiu da greve ano passado sem nenhum ganho. Hoje, radicalizar é
preciso!
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