sexta-feira, 29 de junho de 2012

Quando radicalizar é preciso para não prejudicar os estudantes


A greve dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) completa hoje 42 dois dias sem que o Governo Federal tenha apresentado nenhuma proposta de negociação referente à carreira de professor federal, defendida pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). O “tamanho da greve”, ou seja, o tempo de paralisação começa a ser usado pelo Governo e pela mídia, principalmente a Rede Globo, contra a greve, como se os docentes não aceitassem a “proposta do governo”, coisa que não existe, e como se nós, os professores em greve, estivéssemos “prejudicando” os estudantes. Esse foi o tom de uma reportagem no G1, portal de notícias da Rede Globo, e, certamente, será a tônica das demais matérias da Rede. É preciso que fique claro, no entanto, que a greve é um direito do trabalhador e, quando acontece, causa prejuízos para todos os envolvidos, principalmente professores e estudantes. Ninguém faz greve por esporte, por gostar de fazê-los. Nossa luta é contra a posição intransigente do Governo Federal de não negociar com os docentes. Lutar por uma universidade pública, de qualidade e socialmente referenciada é se posicionar ao lado da sociedade e dos estudantes. Uma universidade melhor e uma sociedade mais justa é fundamental para todos nós. E tanto a Globo quando o Governo Federal, que, de repente, parecem ter assumido uma postura em conjunto contra o Andes, logo, contra os docentes em greve, precisam de uma resposta à altura. E a resposta à altura não pode ficar nos “atos simbólicos” nas praças e em locais que não exponham essa clara posição de “não negociar”. A hora, a mim me parece, é de radicalizar. Defendo, portanto, que nossa greve seja efetivamente de ocupação: ocupação do MEC e de todas as reitorias das universidades em greve, com acampamento, até que o Governo apresente uma proposta e aceite negociar com o Andes. Se não fizermos isso sairemos com as mãos abanando e cozidos, como o Governo fez com a Fasubra, a entidade dos técnicos, que saiu da greve ano passado sem nenhum ganho. Hoje, radicalizar é preciso!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.