Já comentei aqui neste espaço sobre a vendedora que me atendeu em uma
loja de roupas (daquelas, digamos, chics) e me perguntou “qual a faixa etária
de preços” que eu desejava. Quase caio para trás, à época. Disfarcei o espanto
e consegui, a duras penas, não ser mal-educado nem inconveniente apesar de
tamanha ofensa à Língua Portuguesa. E não é que hoje vi, em uma das emissoras
de TV local, uma médica falar em “faixa etária de exames”. O choque foi tamanho
que quase o coração de poeta não resiste. Mas, como todo poeta, quando a idade
avança, começa a ficar mais compreensível com as outras pessoas, fiquei a matutar:
ora, se existe a licença poética para escrevermos as obras literárias como bem
entendemos, não haveria licença similar para vendedores e médicos? Humm! Não
sei não! O que seria de nós se as pessoas começassem a atravessar na “faixa
etária” de pedestres? O melhor mesmo é sermos castos neste caso e assumirmos
que “faixa etária” é expressão que diz respeito única e exclusivamente “à idade”.
Assim, poderíamos perguntar, sem medo de errar, “qual a faixa etária” dos
estudantes de determinada escola. Ou ainda dizermos que na turma tal há
estudantes da mesma “faixa etária”. É menos doloroso e não testa o coração nem
a boa (ou a má) educação de ninguém. Porque do jeito que as coisas andam, daqui
a pouco vai me aparecer alguém a falar da “faixa etária de idade”!
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