A curiosidade precisa ser estimulada

Não sei se pelo fato de antes, quando eu era criança pequena lá em Sena Madureira, “ajudar os pais a fazer as coisas” não era opcional, considerava natural participar das coisas que meu pai fazia em casa. Houve uma, inclusive, que ele não me deixou participar jamais: era saxofonista dos melhores, porem, jamais me deixou enveredar pelos caminhos da música. Neste campo, tive de caminhar com as próprias pernas, sem a anuência dele. Abertas estas aspas, volto ao assunto principal: ou a curiosidade é estimulada, ainda que seja de forma compulsória, ou crianças e adolescentes ficarão apenas nas brincadeiras. A não ser que consigamos incluir o fazer, o criar, o tocar, o desejo pelo novo nas próprias brincadeiras. Despertar para o mundo da criação, em todos os níveis, não é nada simples. Este despertar, no entanto, precisa ser estimulado.

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