quarta-feira, 13 de junho de 2018

A competição e as chances desiguais


Os que atacam a política de ações afirmativas não entendem que em um modelo capitalista, de competição permanente, jamais as chances são iguais. Sem falar que, aparentemente, esta turma acredita na hereditariedade do lugar social que se ocupa. Logo, se um pobre ascender, será uma aberração. A política de cotas, portanto, é uma forma de se tentar promover a equidade em determinado momento histórico. Acontece, porém, que, se as desigualdades forem mantidas ao longo do tempo, haverá necessidade de se corrigir, de novo, lá na frente. Portanto, não bastam as cotas. É preciso que, ao mesmo tempo, se mude “a cesta de desigualdades” existentes na sociedade. Só assim, talvez, as cotas deixem de ser necessárias.

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