quinta-feira, 7 de junho de 2018

A máquina do atocha e do arrocha


Há, no Brasil, sem se julgar o gosto musical, uma espécie de máquina de fabricar “gêneros musicais”. Variações sobre o mesmo tema do antigo revisitado de novo. O que são brega, breganejo e arrocha, se não, um bolerão mais apressado? Sem falar no sertanejo, que não passa de um samba-canção chorado na hora de cantar. Empresários, produtores musicais e a máquina de divulgação (no mais das vezes, paga) das rádios e das televisões, só dão espaço para quem pode investir no “jabaculê”: pagar para que as músicas toquem. Num ambiente destes, talento é o que o menos importa. Ou você ser curva aos esquemas, às máfias, às panelinhas ou não grava. Encolhem as chances de shows e você é obrigado a “morrer” nas mãos dos “atravessadores”. Quem decide o que toca ou não, infelizmente, não é o gosto popular. Ao contrário: o gosto popular é afetado pelo (mau) gosto de produtores e empresários. E nós, os artistas, somos escravos modernos dos senhores de engenho da cultura. A máquina nos arrocha e nos atocha não o que, para nós, é o melhor; mas, o que eles querem que façamos. Arrochemos, então? Só se eu quiser!

Visite também o Blog de Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog Gilson Monteiro Em Toques. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.