domingo, 8 de novembro de 2009

Ladrões titulados


Não me venha com essa história de esquecimento. O que ocorre hoje no Brasil (e pelo jeito no mundo) em relação aos trabalhos acadêmicos são posturas cada vez mais dolosas. Muitos doutores e mestres brasileiros poderiam ser acusados de formação de quadrilha sem a menor chance de se cometer injustiças. Afora reservas éticas que se deve respeitar, há uma turma numerosa que troca trabalhos, orienta estudantes na elaboração de projetos e depois participa das bancas de seleção como se isso fosse a coisa mais natural do mundo e, por fim, entope os trabalhos dos orientados com o nome do orientador e mais uma lista de colaboradores que nem tocam nos artigos. Se isso não é formação de quadrilha, não sei mais como tipificar o crime. Para completar, não citam as fontes de onde “roubam” as idéias, porque, a meu ver, não citar as fontes é roubo e ponto final. Até a reitora da Universidade de São Paulo (USP), doutora Suely Vilela, está envolvida em um caso com dimensões semelhantes às que levantamos aqui. Um artigo de uma aluna de doutorado em Pedagogia da USP recebeu a “colaboração” (vejam o termo usado para não faz nada nos artigos científicos) de mais dez professores doutores, dentre eles a própria reitora da USP. No artigo havia fotos e frase plagiadas. Há que se montar uma força-tarefa nas universidades brasileiras contra o roubo titulado enquanto é tempo sob pena de a Pós-graduação no País, construída com o suor de muitas pessoas honestas, perder completamente a credibilidade.

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