terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Rever o Enem


O anúncio feito pelo Pró-reitor Adjunto de Ensino de Graduação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Adilson Hara, de que a Ufam vai rever o uso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o próximo ano significa que, pelo menos, a administração superior atual não é insensível a um problema que considero grave. O argumento de que a Ufam é federal e não deveria se preocupar com as desigualdades é falacioso. Antes de aderir cegamente ao Enem era preciso uma discussão mais ampla sobre o assunto. Ao recuar, a Administração da Ufam dá sinais de maturidade e merece aplausos. O problema é que há uma pressão quase insuportável do Ministério da Educação (MEC) para que todas as federais usem o Enem como única porta de entrada. Para tanto, o Enem já é critério de corte até para quem pretende concorrer às 165 mil bolsas de estudos do Programa Universidade Para Todos (Prouni). Será que a Ufam sairá dessa sinuca-de-bico? O que o MEC não pode esquecer, e muito menos nenhuma das universidades federais, é que a enorme desigualdade social existente entre as regiões não poderá ser corrigida apenas com um o uso de um exame nacional único. Políticas públicas de inclusão e acesso à educação e aos bens culturais devem ser incrementadas antes da adoção de um exame desses. Sem isso, o resultado só reflete a vala existente entre as regiões.

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