sábado, 22 de maio de 2010

Célula artificial, ética mais ainda

Cientistas liderados pelo chamado pai do genoma humano, Craig Venter, criaram a primeira célula artificial. O evento científico causou um rebu no mundo inteiro, com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, determinando até uma investigação para descobrir como se chegou a essa descoberta. Em nome da ética, o presidente norte-americano e mais uma tonelada de líderes políticos e religiosos falou tanta bobagem de ontem para hoje que dá até urticária. Sorte termos um padre no Brasil como o teólogo e filósofo, Leocir Pessini, mais conhecido como Leo Pessini. Ele é capelão do Hospital das Clínicas de São Paulo e reagiu como jamais se pudesse imaginar que algum membro da Igreja Católica reagiria: disse que não devemos satanizar a Ciência, que não há ninguém brincando de Deus e que a descoberta irá melhorar a vida de milhões de pessoas. Um dos bioeticistas brasileiros mais respeitados e conhecidos do mundo, Leo Pessini deu o tom de qual deveria ser o discurso de todos. Condenar as pesquisas científicas recorrendo ao discurso da ética é de uma pobreza sem fim. Eu, que sou professor de Epistemologia, se pudesse, soltaria fogos em homenagem a Creig Venter. Sua descoberta é um passo para respondermos à questão central: o que é a vida. Hoje, responderia sem nenhuma dúvida: vida é mente. Tudo, sem quaisquer limites, cabe na nossa mente. Não fosse isso, Venter teria acreditado em dogmas e não chegaria aonde chegou. Patética e hipócrita é a ética que tenta barrar os avanços científicos em nome da fé. A ética do mundo pós-moderno é pateticamente hipócrita. O limite da Ciência deve ser a mente do cientista.

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