É
cada vez mais claro para mim, principalmente após dois dias de participação no XI
Congresso Latinoamericano de Investigadores da Comunicação (Alaic), que
precisamos, urgentemente, nos liberar das amarras do método tradicional e
recriarmos o que se convencionou chamar de “pensamento comunicacional
latinoamericano”. Somos assumidamente funcionalistas, pensamos de forma
compartimentada e não sabemos dar um passo a frente sem, primeiro, fazermos o
tal “recorte epistemológico”. Temos uma pesquisa que não inova, não consegue
ser tridimensional nas abordagens e, no mais das vezes, os resultados de
pesquisas transformadas em artigos não passam de sumários estatísticos sem
nenhum tipo de significância. Somos cartesianamente metódicos como o “mestre”
mandou. Os Congressos atuais são chatos e maçantes, alguns colegas, por
remorso, prestigiam a apresentação de outros colegas. As estrelas da
constelação falam seus 20min e dão no pé. E a vida teórica da área continua
como a de um cachorro, em círculos, a tentar morder o próprio rabo. Dos artigos
às apresentações, somos metodicamente chatos, pouco atraentes para quem nos
ouve. Quando descobriremos que há vida possível para além de Descartes?
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