Com
o título “La comunicacion y el nuevo mundo posible” o professor paraguaio, Juan
Diaz Bodernave, foi o responsável pela Conferência de Abertura do XI Congresso Latinoamericano
de Investigadores da Comunicação (Alaic), no Auditório da Faculdade de Direito
da Universidad de La República Uruguay. Ele iniciou a conferência lembrando a
sua origem paraguaia para dizer que “os guaranis acreditavam em uma terra sem
males”, portanto, “outro mundo era possível.” Para ele o modelo civilizatório
do mundo ocidental ruiu, pois era baseado em dois elementos devastadores: lucro
e acumulação de capital são devastadores. Na fala, ressaltou que só há
resistência ao modelo capitalista atualmente nas religiões mundiais, em alguns indígenas
primitivos e nas teorias políticas avançadas. Resistir ao modelo e enfrentá-lo
requer a destruição do mito de que existe uma superioridade do pensamento
ocidental e do progresso com as bases atuais. “É preciso resignificar os
conceitos de desenvolvimento e progresso e de que Democracia só existe no
capitalismo.” No campo da Comunicação é fundamental varrer o que Bodernave
denominou de Epistemologia Colonial, cuja base é racionalista. “Devemos
substituir o penso, logo existo, de Descartes, pelo penso, sinto, atuo; logo
existo.” O professor defendeu, também, o retorno de uma ética social. Relembrou
que Stalin, em nome de determinada racionalidade, matou centenas de camponeses.
“Não se pode ter liberdade e igualdade sem fraternidade”, repetiu. Bodernave
diz que o ressurgimento da ideia de terra, mulher e sagrado é o que indica a
direção desse “novo mundo possível”. O respeito ao lugar, as qualidades
femininas e o sagrado são, portanto, os elementos desse novo mundo possível.
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