No
dia 24 de janeiro deste ano, na postagem “O
silêncio dos dissidentes: a reputação da ciência preservada”, citei Paul
Feyerabend, que no livro “A Ciência em uma sociedade livre”, dá um tapa com
luva de pelica na cada de muitos pesquisadores e cientistas: “A unanimidade é
muitas vezes resultado de uma decisão política: os dissidentes são suprimidos
ou permanecem em silêncio para preservar a reputação da Ciência como fonte de
conhecimento confiável e quase infalível. Em outras ocasiões, a unanimidade é
resultado de preconceitos compartilhados...”. [...] Assim, mais uma vez, a
unanimidade pode indicar uma redução de consciência crítica: a crítica
permanece fraca enquanto apenas uma opinião está sendo considerada. Esta é a
razão pela qual uma unanimidade que depende apenas de considerações “internas”
acaba sendo errônea.” Sábado, o jornal Folha
de S. Paulo, publicou o texto “A corrupção acadêmica e a crise financeira”,
de CHARLES FERGUSON, do jornal "GUARDIAN". Diz ele: Muitas pessoas
que viram meu documentário "Trabalho Interno" (2010) acharam que a
parte mais perturbadora é a revelação sobre amplos conflitos de interesses em
universidades e institutos de estudos e entre pesquisadores acadêmicos.
Espectadores que assistiram às minhas entrevistas com eminentes professores
universitários ficaram estarrecidos com o que saiu da boca deles. Mas não
deveríamos ter ficado surpresos. Nas duas últimas décadas, médicos já
comprovaram de modo substancial a influência que o dinheiro pode exercer num
campo supostamente objetivo e científico. De modo geral, as escolas de medicina
e os periódicos médicos vêm reagindo bem, aderindo às exigências de
transparência. Os cursos de pós-graduação em economia, as faculdades de
administração, as de direito e as de ciência política vêm reagindo de modo
muito diferente. Nos últimos 30 anos, parcelas importantes do mundo acadêmico
americano foram deterioradas, convertendo-se em atividades do tipo "pay to
play" (pague para participar). Leia o texto inteiro no link da Folha
de S. Paulo. Em época de greve, refletir sobre essa prática corrupta dos
cientistas talvez explique como grande parte deles tergiversa para não
participar do movimento. Em certa medida, talvez façam parte do Clube apontado
pelo jornal e pelo documentário em questão.
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