A
área da Comunicação, ou campo como alguns defendem, tem uma característica
intrínseca: extremamente libertária no discurso e profundamente reacionária na
prática. Certamente, é, das áreas, a que aceita mais tardiamente qualquer tipo
de novidade, inclusive nas práticas administrativas e pedagógicas. Ao dizer
ontem que a “Rigidez cartesiana impera na Alaic”, terminei por cometer
injustiça tanto em relação à Associatión Latinoamericano de Investigadores da
Comunicação (Alaic) quanto as demais associações e entidades representativas
dos pesquisadores em Comunicação. A inflexibilidade diante do novo é um traço
presente no DNA da área. A liberdade que pregamos no discurso não se reflete no
dia a dia. Afora raríssimas exceções, a prática, nos congressos, por exemplo, é
os participantes serem obrigados a se curvar às “celebridades” da área,
aceitando, por exemplo, dezenas de minutos de leituras de um texto-resumo do
artigo aceito, por essas “celebridades” denominam apresentação. A máxima
modernidade que alguns se permitem é uma apresentação em Power Point, com
apenas um slide, contendo o nome do artigo, a assinatura do autor e informações
sobre o que faz. Mais nada. É como se a regra ousa dizer fosse: todos somos
obrigados a aturar os “nossos líderes” quaisquer que sejam as besteiras por
eles ditas.” Fica meio às escondidas, nas entrelinhas e espaços em branco, a
lição: aqui é um ambiente acadêmico e faz parte do processo apresentações tão
modernas quanto as tumbas dos faraós do Egito. Passa da hora de as
apresentações em Congressos serem o mais informal possível, com uma troca
efetiva de experiência entre os participantes a partir de temas propulsores que
perpassem os artigos abordados. Ninguém pode ser obrigado a permanecer em salas
antigas, com cadeiras mal-conservadas, péssimas condições de ventilação, como
quase sempre é a regra em Congressos. É fundamental otimizar as apresentações,
promover mais os encontros e as trocas de experiências para possíveis parceiras
acadêmicas e intelectuais. Esse deve ser o fim dos Congressos. Caso não passam
a ser ou sessões públicas de torturas expressas ou demonstrações de desrespeito
explícito aos que se apresentam. Um novo formato é possível. Quem topa o
desafio de propô-lo?
Visite
também o Blog Gilson Monteiro Em Toques
e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou
encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.