domingo, 13 de maio de 2012

A inflexibilidade na apresentação de artigos


A área da Comunicação, ou campo como alguns defendem, tem uma característica intrínseca: extremamente libertária no discurso e profundamente reacionária na prática. Certamente, é, das áreas, a que aceita mais tardiamente qualquer tipo de novidade, inclusive nas práticas administrativas e pedagógicas. Ao dizer ontem que a “Rigidez cartesiana impera na Alaic”, terminei por cometer injustiça tanto em relação à Associatión Latinoamericano de Investigadores da Comunicação (Alaic) quanto as demais associações e entidades representativas dos pesquisadores em Comunicação. A inflexibilidade diante do novo é um traço presente no DNA da área. A liberdade que pregamos no discurso não se reflete no dia a dia. Afora raríssimas exceções, a prática, nos congressos, por exemplo, é os participantes serem obrigados a se curvar às “celebridades” da área, aceitando, por exemplo, dezenas de minutos de leituras de um texto-resumo do artigo aceito, por essas “celebridades” denominam apresentação. A máxima modernidade que alguns se permitem é uma apresentação em Power Point, com apenas um slide, contendo o nome do artigo, a assinatura do autor e informações sobre o que faz. Mais nada. É como se a regra ousa dizer fosse: todos somos obrigados a aturar os “nossos líderes” quaisquer que sejam as besteiras por eles ditas.” Fica meio às escondidas, nas entrelinhas e espaços em branco, a lição: aqui é um ambiente acadêmico e faz parte do processo apresentações tão modernas quanto as tumbas dos faraós do Egito. Passa da hora de as apresentações em Congressos serem o mais informal possível, com uma troca efetiva de experiência entre os participantes a partir de temas propulsores que perpassem os artigos abordados. Ninguém pode ser obrigado a permanecer em salas antigas, com cadeiras mal-conservadas, péssimas condições de ventilação, como quase sempre é a regra em Congressos. É fundamental otimizar as apresentações, promover mais os encontros e as trocas de experiências para possíveis parceiras acadêmicas e intelectuais. Esse deve ser o fim dos Congressos. Caso não passam a ser ou sessões públicas de torturas expressas ou demonstrações de desrespeito explícito aos que se apresentam. Um novo formato é possível. Quem topa o desafio de propô-lo?

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