Não
nos é permitido, qualquer que seja o nível da nossa ignorância ou idiotia, em
sendo professor de uma Instituição de Ensino Superior (IES), desconhecer
informações básicas sobre o que seja um movimento grevista. Falo de ignorância
porque é aceitável, inclusive, louvável, que um professor universitário admita
não ser o dono de todos os saberes. Impossível, porém, que não saiba nada,
principalmente sobre o direito basilar de todo trabalhador: a greve. E falo de
idiotia porque "A palavra 'idiota' vem do grego 'idiótes' e era usada para
designar quem não participava da vida política". Não querer participar de
nada é um direito de qualquer professor, até mesmo universitário. Que o faça,
porém, assumindo claramente a sua idiotia e não revelando a completa
ignorância. Todo esse preâmbulo é essencial para esclarecermos alguns colegas,
professores e professoras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que
insistem simultaneamente na ignorância e na idiotia. Até o mais ignóbil dirigente
de qualquer organização, pública ou privada, empresarial ou não, sabe que,
quando uma categoria decreta greve, essa organização (e a Ufam é uma
organização, ou alguém duvida disso?) passa a ser dirigida pelo Comando de
Greve. Não acredite, por ser a mais deslavada das mentiras, meu caro colega
professor e minha cara colega professora, que a greve só “passa a ser legal”
quando recebe a chancela do Conselho Universitário (Consuni). Tenho o maior
respeito pelo soberano Conselho da minha instituição, no entanto, leitores e
leitoras, professores e professoras, o Consuni não apita nada, não tem a menor
ingerência sobre a greve ou o Comando de Greve. É bem verdade que, do ponto de
vista político, receber o apoio do Consuni é importante. Mas, não recebê-lo,
não faz a menor diferença. A greve é uma construção coletiva, com a soma da
dedicação e do esforço de cada um de nós. Porém, o Consuni só se manifesta
oficialmente após o período da greve. Até lá, qualquer atividade que não tenha
sido considerada essencial pelo Comando de Greve ão tem nenhum valor. Aulas
ministradas a partir do dia 17, data da deflagração da greve, portanto, são inócuas.
Quem quiser ministrá-las tem todo o direito individual de fazê-lo. Deve estar
claro, porém, inclusive para os estudantes, que só serão aceitas como válidas
se forem atividades consideradas essenciais pelo Comando de Greve. E, cá entre
nós, leitores e leitoras, no Comando de Greve, não há nenhum idiota, pois, se
assim o fosse, não participaria do Comando; muito menos ignorante a ponto de
não entender que considerar essenciais aulas ministradas durante a greve é um
tiro no pé, ou seja, é esvaziar o movimento. Assim sendo, furar a greve não é
uma aposta muito inteligente. E espalhar pela Ufam que o Consuni precisa se
manifestar sobre a greve para que seja considerada legal ou não cheira à má-fé
ou a um nível de desinformação que beira a burrice.
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Gilson, voce disse tudo que tenho falado nos corredores da minha FES/UFAM. E mais, tenho incentivado todos os "fura greve" que não mintam para seus alunos. E se não querem a GREVE, que é JUSTA e LEGÍTIMA, que vá ás nosas Assembléias e defenda seus pontos de vista. Só isso!Infelizmente eles não gostam de mostrar a cara!
ResponderExcluirMostrar a cara para que? ser perseguido? Pelo que sei aqui nao se debatem pessoas e sim ideias. Sou Academico e contra a greve porque sou prejudicado com ela. Tenho meus planejamentos que agora serão alterados por conta deste movimento que certamente começou com alguem filiado a partido político e com interesses também político. O que acho incrível e me indigna é que quando ocorrem greve, os grevistas nunca consegue o que querem porque dependem dos salários da universidade para sobreviverem. Se a greve fosse de fato uma demonstração de que não há acordo e essa decisão seguisse enquanto nao fossem atendidas as reividicações, tudo bem. Acredito que até os academicos participariam junto com os professores. Mas não. O que vemos é um movimento grevista e exige 3x e no final de 3 meses aceitam x e voltam a trabalhar sem pensar no prejuízo que trouxeram para os varios alunos por alguns trocados a mais no fim do mês. Parem de depender de salario de universidade e vão ganhar a vida sendo profissionais. Nao posso esquecer de mencionar que até professor foi flagrado fumando maconha pela polícia federal nas matas do campus, nao muito distante houve a agressão a outro professor no corredor da universidade entre outros acontecimentos que falam contra a classe. Vão trabalhar!
ResponderExcluirConcordo plenamente com o Cleanto, o que pensa essa categoria, querendo viver somente deste salário? Porque não buscam outras fontes? Essa briga toda com os "fura greve" na verdade é uma briga contra o pessoal que possui outra fonte de renda, frutos de pesquisas e verbas extras, não dependendo somente do salário tradicional.
ResponderExcluirQuerem aumento, querem respeito? Arranjem uma solução mais inteligente, pois se comportando desta forma, agregam um valor semelhante à Eremitas, com o qual serão conhecidos por outros acadêmicos que não aderem a greve, assim como o próprio Governo.