quinta-feira, 5 de junho de 2014

A visão castradora e os prazos na Educação

Até hoje ainda não sei qual a medida efetiva utilizada pelos burocratas da área de Educação para estabelecer, rigorosamente, o prazo máximo e o prazo mínimo para a conclusão dos cursos de Graduação no Brasil. Por mais que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) tragam números referentes ao mínimo e ao máximo, acredito que a universidade brasileira, mais uma vez, ao tratar do tema, cai no que convencionei chamar de "perda da autonomia consentida". Tais prazos deveriam ser encarados como diretrizes, não como leis. Afinal, diretrizes não são leis, são caminhos, direções, nada além. Transformar diretrizes em leis faz parte da nossa sanha por "vigiar e punir". Nada é mais antipedagógico do que uma estrutura curricular amarrada em pré-requisitos. O "período ideal" é uma fantasia criada por gestores educacionais completamente fora da realidade das Instituições brasileiras. Formar-se no "período ideal" é concluir um curso qualquer no "tempo mínimo" estabelecido pelos PCNs. Como a visão predominante na educação brasileira é castradora, não se pode, por exemplo, concluir um curso em um tempo abaixo do mínimo, nem que se tenha tempo para isso. Ou seja, no Brasil, é perfeitamente possível reter, reprovar e jubilar (expulsar). Acelerar os estudos, porém, por mais que se tenha tempo e capacidade intelectual para tanto, é um pecado quase mortal.


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