domingo, 20 de julho de 2014

Há Pilatos na Educação brasileira

Todos temos conhecimento do episódio bíblico: Pôncio Pilatos (Pontius Pilatus), prefeito da província de Judeia, juiz que condenou Jesus Cristo a ser crucificado, embora nada encontrasse contra ele. Para tomar a decisão de condenar Cristo, ouviu o povo que gritou em coro: crucifica-o, crucifica-o, crucifica-o! Quem "lava as mãos" na hora de decidir alguma coisa é comparada a Pilatos. Todo este preâmbulo é para dizer que há muitos e muitos Pilatos na Educação brasileira.
São aqueles professores e professoras que mal ministram suas aulas, nem sempre lançam as frequências, não entregam as notas parciais dos estudantes, enfim, cumprem mal e parcamente as obrigações de professor, estão quilômetros e quilômetros de distância de serem educadores e, para completar, ainda são capazes de declarar aos colegas que "odeiam os estudantes". Isso para não dizer que consideram cumprir todas as obrigações deles e "os estudantes é que são irresponsáveis".
Senhora e senhores professores! Caros leitores e leitoras! Não se pode transferir aos estudantes a responsabilidade pelo fracasso escolar. Se não cumprimos a missão de formar, se os estudantes saem da universidades níveis mínimos acima do que entraram, não são eles os responsáveis. Somos nós, professores e professoras, os maiores responsáveis pelo fracasso escolar.
Transferir aos estudantes uma responsabilidade que é nossa nada mais é do que assumir uma postura de Pilatos. E se os estudantes chegam às universidades tão despreparados, é porque temos uma cadeia de Pilatos ao longo da vida estudantil deles. Educar para a vida não é dever apenas da escola: é de cada um de nós. As responsabilidade devem ser divididas. Não devemos lavar as mãos. Só assim os estudantes e a sociedade terão mais respeito pelo nosso trabalho.


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