Todos
temos conhecimento do episódio bíblico: Pôncio Pilatos (Pontius Pilatus),
prefeito da província de Judeia, juiz que condenou Jesus Cristo a ser
crucificado, embora nada encontrasse contra ele. Para tomar a decisão de
condenar Cristo, ouviu o povo que gritou em coro: crucifica-o, crucifica-o,
crucifica-o! Quem "lava as mãos" na hora de decidir alguma coisa é
comparada a Pilatos. Todo este preâmbulo é para dizer que há muitos e muitos Pilatos
na Educação brasileira.
São
aqueles professores e professoras que mal ministram suas aulas, nem sempre
lançam as frequências, não entregam as notas parciais dos estudantes, enfim,
cumprem mal e parcamente as obrigações de professor, estão quilômetros e quilômetros
de distância de serem educadores e, para completar, ainda são capazes de
declarar aos colegas que "odeiam os estudantes". Isso para não dizer
que consideram cumprir todas as obrigações deles e "os estudantes é que
são irresponsáveis".
Senhora
e senhores professores! Caros leitores e leitoras! Não se pode transferir aos
estudantes a responsabilidade pelo fracasso escolar. Se não cumprimos a missão
de formar, se os estudantes saem da universidades níveis mínimos acima do que
entraram, não são eles os responsáveis. Somos nós, professores e professoras,
os maiores responsáveis pelo fracasso escolar.
Transferir
aos estudantes uma responsabilidade que é nossa nada mais é do que assumir uma
postura de Pilatos. E se os estudantes chegam às universidades tão
despreparados, é porque temos uma cadeia de Pilatos ao longo da vida estudantil
deles. Educar para a vida não é dever apenas da escola: é de cada um de nós. As
responsabilidade devem ser divididas. Não devemos lavar as mãos. Só assim os
estudantes e a sociedade terão mais respeito pelo nosso trabalho.
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