Há
uma diferença básica entre um burocrata e um gestor. O burocrata emperra a
organização pois se limita a aplicar a letra fria da lei, das normas e dos
regimentos. O gestor entende a organização como um sistema vivo e as leis,
normas e regimentos como mutáveis. Compreende que as normas se subordinam à vida
e não ao contrário. Às vezes, não é muito fácil fazer esta distinção. Ainda
mais quando se entende exatamente o contrário: que as normas é que fazem a
vida. Normas, leis, regimentos e quetais foram criados para "regrar"
a vida em sociedade. Não são superiores à própria vida e ao nosso modo de
interpretá-las. Portanto, normas, regimentos e leis são tão mutáveis quanto a
vida. E dependem da interpretação que dela fazemos. Recorro a Chales Handy, com
o seu conceito de Administração, para diferençar bem um burocrata de um gestor.
Diz ele: "Administração não é uma ciência exata, mas antes um processo
criativo e político que deve muito à cultura e à tradição prevalecentes naquele
lugar e naquele momento“ O burocrata é um cego. Só vê as normas. Entende a
Administração como uma ciência exata. Não enxerga a gestão como um processo
criativo e político. Jamais consegue olhar para a cultura e a tradição. Nem do
lugar, nem do momento. Por isso, emperra a organização. Diferentemente do
Gestor, com letra maiúscula, que muda até as Leis, Normas e Regimentos para
deixar a organização fluir de acordo com a cultura, a tradição, o momento e o
lugar.
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