Só não vê quem não quer: o Governo de Fernando
Henrique Cardoso (FHC) abriu as porteiras e os governos do PT trataram de
mantê-las escancaradas à iniciativa privada. A Educação Superior no Brasil está
nas mãos da iniciativa privada e ninguém no Governo esconde isso, muito embora
nossas lideranças sindicais, tanto dos professores quanto dos reitores das
federais, às vezes façam de conta que a política pública não caminha nesta
direção. Vejam o que disse o então
ministro da Educação, Fernando Haddad, ao mudar as regras do Financiamento
Estudantil (Fies), que agora chegou aos estudantes de Mestrado e Doutorado: “o
Brasil precisa chegar a 10 milhões de matrículas no ensino superior”. Nem os
reitores nem os líderes sindicais ligaram muito para a manifestação. Acontece,
porém, que, agora, enquanto os primeiros perdem o sono com o corte no
orçamento, os gastos com a iniciativa privada beiram o absurdo. De 2010 a 2014,
os gostos com o Fies subiram de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,4 bilhões. O ritmo de
número de vagas, no entanto, só cai, enquanto o lucro dos grupos privados
aumenta estratosfericamente: entre 2003 e 2009 as matrículas aumentaram em 5%.
Mas, entre 2009 e 2013, quando a injeção de recursos só aumentou, o número de
matriculados caiu para o ritmo médio de 3%. Abram os olhos, brasileiros e
brasileiras! O que estão a fazer com a Petrobrás para jogarem-na no lixo e nas
mãos da iniciativa privada vão fazer, em breve, com as universidades públicas
brasileiras. Aliás, já começaram a fazer! Penso que é hora de ANDES e ANDIFES
iniciarem um diálogo maduro sobre o tema. Se é que ainda temos tempo de salvar
as Instituições públicas brasileiras. O momento, com o corte brutal do
orçamento das universidades brasileiras, é mais grave do que imaginamos. Requer
toda a atenção e cuidado! Requer, também, que tenhamos grandeza de espírito
para enfrenta-lo. E juntos!
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