Das medidas anunciadas pelo governador do
Amazonas, José Melo, com o objetivo, digamos, de melhorar a governança do
Estado, o maior equívoco é, sem dúvidas, a extinção da Secretária de Estado da
Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM). Os “brilhantes” consultores que
enganaram a boa-fé do governador argumentam que a “SECTI não foi extinta, mas,
transformada em uma Departamento da Secretaria de Estado de Planejamento e
Desenvolvimento Econômico (Seplan)”. A visão equivocada dos que prepararam tal
plano de “reforma administrativa”, encampada pelo governador, é tentar nos
enganar, os pesquisadores, professores e a sociedade, que um departamento da
Seplan tem o mesmo valor de uma Secretaria. As mudanças, como a transformação
da Agência de Comunicação do Estado do Amazonas (Agecom) em Secretaria de
Estado da Comunicação (Secom) deixam claro uma coisa: para este governo, é
estratégico investir na propaganda estatal e não em Ciência, Tecnologia e
Inovação. No mais, é uma discussão que não leva a lugar nenhum se o governador
não for convencido do equívoco histórico que comete. Inclusive porque, hoje, justamente
hoje, o Congresso Nacional promulgou a emenda constitucional 85, que incentiva
Ciência, Tecnologia e Inovação. Momento histórico pior não haveria para se
tomar uma decisão tão equivocada. Talvez Melo tenha sido convencido de que, às
vezes, na vida, se precisa dar dois passos para trás a fim de se avançar. O
problema é que a decisão anunciada significa um retrocesso de 10 anos,
justamente quando o Estado do Amazonas ocupa o quarto lugar nos investimentos
em Ciência, Tecnologia e Inovação. Extinguir a SECTI é assumir, publicamente,
que o Amazonas sai oficialmente do Sistema Público Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação. Se a decisão foi tomada apenas por motivos políticos,
para extirpar quaisquer rastros do senador Eduardo Braga, que criou a SECTI, e
do Partido dos Trabalhadores (PT) que sempre a administrou nos últimos 10 anos,
é de uma mesquinharia que não se pode admitir em um governador. Mas, se o
governador foi convencido equivocadamente por “gênios” do Planejamento, ainda
há tempo de voltar atrás e reconhecer o erro. Caso não, assumirá o equívoco e
será cobrado pela própria história como o governador que destruiu todo o
Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado. Meus pêsames! OBS: se a
máquina de propaganda oficial já estiver montada, certamente, tentarão provar
que quem está equivocada sou eu. Bom para ir logo me acostumando com o que
virá.
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