quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Fim da SECTI: uma passo de 10 anos para trás

Das medidas anunciadas pelo governador do Amazonas, José Melo, com o objetivo, digamos, de melhorar a governança do Estado, o maior equívoco é, sem dúvidas, a extinção da Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM). Os “brilhantes” consultores que enganaram a boa-fé do governador argumentam que a “SECTI não foi extinta, mas, transformada em uma Departamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan)”. A visão equivocada dos que prepararam tal plano de “reforma administrativa”, encampada pelo governador, é tentar nos enganar, os pesquisadores, professores e a sociedade, que um departamento da Seplan tem o mesmo valor de uma Secretaria. As mudanças, como a transformação da Agência de Comunicação do Estado do Amazonas (Agecom) em Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) deixam claro uma coisa: para este governo, é estratégico investir na propaganda estatal e não em Ciência, Tecnologia e Inovação. No mais, é uma discussão que não leva a lugar nenhum se o governador não for convencido do equívoco histórico que comete. Inclusive porque, hoje, justamente hoje, o Congresso Nacional promulgou a emenda constitucional 85, que incentiva Ciência, Tecnologia e Inovação. Momento histórico pior não haveria para se tomar uma decisão tão equivocada. Talvez Melo tenha sido convencido de que, às vezes, na vida, se precisa dar dois passos para trás a fim de se avançar. O problema é que a decisão anunciada significa um retrocesso de 10 anos, justamente quando o Estado do Amazonas ocupa o quarto lugar nos investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação. Extinguir a SECTI é assumir, publicamente, que o Amazonas sai oficialmente do Sistema Público Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Se a decisão foi tomada apenas por motivos políticos, para extirpar quaisquer rastros do senador Eduardo Braga, que criou a SECTI, e do Partido dos Trabalhadores (PT) que sempre a administrou nos últimos 10 anos, é de uma mesquinharia que não se pode admitir em um governador. Mas, se o governador foi convencido equivocadamente por “gênios” do Planejamento, ainda há tempo de voltar atrás e reconhecer o erro. Caso não, assumirá o equívoco e será cobrado pela própria história como o governador que destruiu todo o Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado. Meus pêsames! OBS: se a máquina de propaganda oficial já estiver montada, certamente, tentarão provar que quem está equivocada sou eu. Bom para ir logo me acostumando com o que virá.


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