O pano de fundo para a proposta de extinguir a
Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM), além das
óbvias questões políticas, é algo jamais revelado: o controle dos recursos que,
no modelo atual, são distribuídos por mérito científico e que, no novo modelo
proposta, passam a se guiar meramente pela lógica econômica. Transformada em Departamento
da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan), a
SECTI deixa de ter as decisões balizadas no olhar dos cientistas e
pesquisadores e passa e se guiar pela lógica de quem ocupar o cargo de
Secretário de Planejamento. Por mais que seja alguém de mente arejada, sempre
verá o uso de recursos para Ciência, Tecnologia e Inovação como gasto e não
investimento. Acontece que os resultados dos investimentos em Ciência,
Tecnologia e Inovação nem sempre são imediatos. E é exatamente este o receio
dos pesquisadores e cientistas que reagiram ao fim da SECTI: o receio que o
mérito acadêmico seja substituído pela lógica econômica ou simplesmente, de
modo mais raso, pela “lógica dos amigos do Rei”. Ciência, Tecnologia e Inovação,
pelo que representam para o desenvolvimento do País e do Estado, não podem ser
transformadas em mero Departamento de uma Secretaria de Planejamento. Se o
olhar econômico prevalecer, investir em Ciência, Tecnologia e Inovação será
sempre visto como gasto ou “dinheiro jogado fora”.
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