Impressiona a convicção com que
pessoas atribuem coisas às outras pessoas sem o menor respeito, digamos, ao ser
humano. E porque falo “digamos”? Porque, em tese, a universidade, como entidade
suprema do respeito às diferenças e ao ser humano, deveria ser o templo do
respeito, até às semelhanças. Na prática, o que se vê é uma universidade da
vida pública, linda respeitosa, pulsante de democracia, porém, o pior dos
mundos na vida privada. Talvez nem seja o pior dos mundos, por refletir o
próprio mundo, muito embora, os membros da dita comunidade universitária façam
de tudo para tentarem ser diferentes. Ou, apenas, parecerem. Quem sabe, o pior
dos mundos seja, exatamente, o mundo das com tradições, no qual, a pregação é
sempre mais real que a prática. Para provocar alguns colegas de trabalho mais
próximos costumo dizer: se na universidade brasileira se fizesse ciência o
quanto se faz fofoca, seríamos o primeiro em produção científica. Para
descontrair, uma brincadeira aqui e acolá não faz mal a ninguém. Mas, quando as
piadas e boatos passam a ser regra, talvez, este sim, seja o pior dos mundos.
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