Certa vez, ainda estudante do
curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, da Universidade Federal do
Amazonas (UFAM), li que o maior fator de estresse entre os professores da
Universidade de São Paulo (USP) era o que, no texto, se chamava de “fogueira
das vaidades”. À época, pouco entendi como as pessoas, principalmente colegas
de trabalho, poderiam criar condições para morrerem mais cedo. Após passar 10
anos como gestor na célula administrativa chamada Departamento de Comunicação
Social, aceitei o desafio de assumir a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação
da UFAM. Desde então, faço o exercício diário de relembrar partes do texto lido
e relacioná-las com fatos vividos nos dois últimos anos. Não há nada de
científico, mas, é um mero exercício de percepção: o maior motivo de estresse
talvez seja quando o respeito cede lugar ao despeito. A guerra fratricida não é
só engendrada por colegas que lutam desesperadamente por verbas para a pesquisa
nas disputas dos editais federais, estaduais e municipais. Há dois fatores que
a mim me parecem fundamentais: uma política pública cujo objetivo, ainda que
velado, é promover o estresse entre nós, e um componente pessoal que, às vezes,
nos mata mais rápido: a falta de respeito e o despeito em relação aos colegas,
ao que produzem, ao trabalho de desenvolvem. Publicamente, até que o
comportamento é aceitável. É até possível se manter o convívio social. Para
fazê-lo, no entanto, o fígado precisa ser de aço. Se o discurso do respeito às
diferenças saísse do campo teórico e fosse cláusula pétrea, certamente, o
respeito passaria a pesar mais nesta balança íntima que nos move.
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OBS: Post do dia 05/08/2015
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