quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Quando o respeito dá lugar ao despeito

Certa vez, ainda estudante do curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), li que o maior fator de estresse entre os professores da Universidade de São Paulo (USP) era o que, no texto, se chamava de “fogueira das vaidades”. À época, pouco entendi como as pessoas, principalmente colegas de trabalho, poderiam criar condições para morrerem mais cedo. Após passar 10 anos como gestor na célula administrativa chamada Departamento de Comunicação Social, aceitei o desafio de assumir a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UFAM. Desde então, faço o exercício diário de relembrar partes do texto lido e relacioná-las com fatos vividos nos dois últimos anos. Não há nada de científico, mas, é um mero exercício de percepção: o maior motivo de estresse talvez seja quando o respeito cede lugar ao despeito. A guerra fratricida não é só engendrada por colegas que lutam desesperadamente por verbas para a pesquisa nas disputas dos editais federais, estaduais e municipais. Há dois fatores que a mim me parecem fundamentais: uma política pública cujo objetivo, ainda que velado, é promover o estresse entre nós, e um componente pessoal que, às vezes, nos mata mais rápido: a falta de respeito e o despeito em relação aos colegas, ao que produzem, ao trabalho de desenvolvem. Publicamente, até que o comportamento é aceitável. É até possível se manter o convívio social. Para fazê-lo, no entanto, o fígado precisa ser de aço. Se o discurso do respeito às diferenças saísse do campo teórico e fosse cláusula pétrea, certamente, o respeito passaria a pesar mais nesta balança íntima que nos move.

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OBS: Post do dia 05/08/2015

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