terça-feira, 25 de agosto de 2015

Os miseráveis de espírito

Há alguns miseráveis de espírito, porque são mais que pobres, incapazes de entender a diferença entre um militante e um gestor. O militante, como o torcedor, é um fanático, um apaixonado pelo seu time. Em alguns casos, faz vistas grossas até para coisas do tipo “roubado é mais gostoso”. Ao gestor, é proibido pensar nesta possibilidade. Não deve ser militante nem fanático. Deve agir com equilíbrio. Pesar cada decisão, porque, quaisquer delas, envolve a vida das pessoas. Pessoas que, por mais que o gestor seja justo nas decisões, estão prontas para atacá-lo, diminuí-lo e, se possível, destruí-lo. O ônus de quem administra parece ser a solidão e o sofrimento permanentes. Os miseráveis de espírito não podem permitir que sejamos ricos. Tentam nos destruir. Mais que isso: destruir a nossa autoestima. Querem que também sejamos miseráveis. Carecem de companhia nas suas agruras, na inveja, no processo permanente de destruição do outro. Às vezes conseguem. Mas, o maior exercício de quem é gestor, além de gerir, é vencer o permanente assédio dos miseráveis. Para não se tornar mais um deles.


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