A missa de ontem era dedicada à Sagrada Família. Pasmo, deparei-me com
os escritos do Pe. Virgílio, ssp. no Folheto O Domingo (ANO LXXXIII – Remessa XIV
– 27-12-2015 - N˚ 61), intitulado “A família não é mais aquela”. Já no primeiro
parágrafo, o espanto: ”Não adianta se iludir: a família cristã não é mais
aquela. E, talvez, nunca mais volte a ser a mesma de outrora. À semelhança da
liturgia e da catequese, a família também percorre o caminho da renovação, em
busca de um novo modo de ser”. O texto inteiro é profundo e dá indícios de que
a Igreja Católica já aceita “novas conformações da família”. O texto me fez
refletir sobre algo que há tempos me incomoda no convívio com os católicos: a
Sagrada Família jamais foi uma família como tradicionalmente a Igreja e seus
membros nos tentam fazer crer. Ao contrário, a metáfora sempre foi a de que o
homem, o marido, deve confiar, amar e respeitar sua esposa, ainda que o filho
não seja legitimamente seu. Ou alguém tem a coragem de dizer que José era o pai
legítimo de Jesus? Concebida ou não sem pecado original, Maria, ao contrário de
representar as santas, talvez seja a metáfora da mulher sofrida, abandonada,
largada na rua da amargura com o filho. A Bíblia talvez tenha muito mais a nos
ensinar de tolerância e respeito à mulher de o quê estejamos dispostos a
aprender. Sobre a família, fica mais que evidente a mudança, se não existente,
prevista para a conformação a família. O casamento tradicional não era parte
desta conformação ensinada. O livro sagrado, ao que parece, é muito mais
moderno do que a forma como o lemos. Saí com os pensamentos revigorados daquela
missa da Sagrada Família!
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