Impressiona-me
que, até agora, as entidades representativas de todas as categorias ligadas aos
servidores públicos e ao magistério, em quaisquer dos níveis, estejam caladas
diante dos fatos que se desenrolam em Brasília. A questão que se nos coloca não
é defender ou não o Governo Dilma Roussef (PT). É a defesa da democracia
brasileira. Que o lema “Pátria Educadora” é uma falácia, não há quem, em santa
consciência, duvide. Que o Governo endureceu na última greve dos servidores
públicos a ponto de forçá-los a sair do movimento sem nenhum ganho, impossível
não reconhecer. Aceitar, no entanto, caladinho, que o vice-presidente Michel
Temer (PMDB) e seus parceiros arranque o governo uma presidente eleita pelo
voto popular é de uma mesquinharia e de uma falta e respeito pelos princípios
democráticos só existente naqueles que, a vida inteira, defendem a democracia “Posto
Ipiranga”, ou seja, a democracia de conveniência. Que o Partido dos
Trabalhadores (PT) seja arrancado do poder, nas próximas eleições presidenciais,
pela força do voto. Assim funciona nas democracias. Mas, chamar os militares de
volta ou ser conivente com um impeachment sem crime comprovado, apenas pelo
fato de não gostar de quem governa é de uma covardia inaceitável.
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