Inevitável! A notícia da morte do ator
Domingos Montagner, e a forma como ocorreu trouxe-me lembranças de um episódio
da minha vida. E uma certeza: escapei do rio. Do rio Yaco. Próximo ao seringal
do Tio Damião. Era um domingo de 1979, quando me mudaria definitivamente para
Manaus para “dar certo”. Jamais esqueço o nome dela: Rosângela. A pessoa que me
salvou. Esticou o remo e conseguiu me arrancar dos braços do “encantado”. Ao me
despedir dos meus amigos, da família ali reunida, um dia antes da viagem para
Manaus, afoguei-me. Não fosse a presença de espírito de Rosângela, que estava
dentro da canoa, em esticar o remo, hoje eu seria uma promessa, uma mera
lembrança de quem iria para a cidade grande. Eis o mistério da vida: somos
permanentemente encantados, apaixonados. Encantos e paixões, que tanto dão sabor
à vida, matam. Morrer, talvez, seja o ápice do ato de viver. O outro lado da
moeda nascer.
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