sexta-feira, 24 de julho de 2009

O espelho de Narciso


Nem sei se ele achava feio o que não era espelho
Só sei que era Narciso. Narciso Júlio Freire Lobo
Que eu teimava em chamar de Narciso Júlio Lobo Freire
Uma troca sem graça, sem raça, sem sexo, sem nexo.
Se eu não sei quem sou, como saber quem era Narciso?
Reservado, cada vez mais pacato, equilibrado, sóbrio
Desiludido com a Ufam, com a esquerda, não sei se com a vida.
Escondia dores, revoltas, lembranças...não sei, não sabemos.
Mas ele se foi e lembraremos, com saudades, com tristeza, com raiva?
Sabe-se lá! Nós, os humanos, somos sentimentos paradoxais
Detestamos as pessoas vivas, passamos a adorá-las quando morrem.
O Narciso dos últimos tempos, porém, não despertava mais ódios
Era um homem que deixava nosso convício aos poucos, a cada dia
Sem explicar nada. Sem deixar vestígios.
“E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes”.
Nem velho, nem novo. Mutante, mutatis, mutandis mutamos todos.
Narciso mutou-se! Calmo. Tranquilo. E não há mais espelho que reflita a sua imagem.
Narciso nuvem. Narciso neve. Narciso mutante. Narciso leve. Vai, vamos, foi-se!!!!

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