quinta-feira, 19 de maio de 2011

"O conhecimento é biodegradável"

Provocador, instigante e sedutor como o é o seu homônimo. Assim se mostrou o professor doutor Edgard Assis de Carvalho, titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e coordenador do Núcleo de Estudos da Complexidade, na palestra “Edgar Morin e a construção do pensamento complexo”, ocorrida ontem, às 18h, no auditório Rio Solimões, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A palestra foi uma promoção do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) da Ufam. Muito à vontade, após ter encerrado um ciclo de uma semana de trabalho com os estudantes de doutorado do referido programa da Ufam, Edgard, o Assis de Carvalho, e não o Morin; fez um resgate da vida do pensador que hoje tem 90 anos e 70 livros publicados. Revelou que Morin, baseado em Parmênides, defende que “o contrário de um erro pode ser um grande acerto”. Sobre os paradigmas, afirmou que são meras paisagens mentais, que separam a razão da emoção, a natureza do homem e assim por diante. Relativamente à cultura, Assis de Carvalho chamou a atenção para o fato de ser um “conceito-armadilha”, por ter pedido a força heurística e hoje se constituir em dualidades, em separações, por exemplo, entre cultura erudita e cultura popular; algo completamente equivocado, uma vez que as duas coisas, ao mesmo tempo, são cultura que, segundo ele, pode ser definida como “um acervo multimilenar criado por nós”. Por fim, Assis de Carvalho, definiu o intelectual em tempos de pensamento complexo: ”é quem ousa transcender a fronteira disciplinar. Não se rege pela lógica da convenção”. Algo que parece comprovar a afirmação feita inicialmente: “o conhecimento é biodegradável”.

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