sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Números mascaram problemas na Educação

É mais que evidente que os governos, nos três âmbitos (Municipal, Estadual e Federal), usam as estatísticas relativas à educação para tentar convencer a sociedade de que empregam bem o dinheiro público. Não devem esquecer, porém, que os números, pura e simplesmente, revelam pouco do processo educacional. No varejo ou no atacado, podem mascarar problemas graves. Ainda mais quando são contratadas empresas para promoverem treinamentos ou a “formação” em série de professores. Pacotes e programas criados para este fim entregam, ao final, como se fossem bem-treinados, um número espetacular, como, por exemplo, foram os 7 mil professores formados pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) de uma única vez. Desconfio sempre quando pessoas são transformadas em números como se saíssem de uma linha de montagem. O Governo Federal só libera verbas para estados e municípios condicionadas ao desempenho das prefeituras e dos governos dos Estados. A liberação de verbas para as universidades federais segue a mesma lógica. O perigo dessa liberação condicionada é o processo educacional se transformar em uma espécie de “fábrica de diplomas” para dar respostas aos financiadores apenas com números. É preciso avaliar a qualidade do processo e a efetividade da formação. Caso contrário, o que se tem é o inicio de uma cadeia de problemas que levará décadas para ser solucionada.

Um comentário:

  1. "E eu que que faço com esse números?" já cantava Humbert Gessinger e no livro "Pequeno Príncipe... "

    As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que coleciona borboletas?" Mas perguntam: "Qual é sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?" Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos às pessoas grandes: "Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado..." elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: "Vi uma casa de seiscentos contos". Então elas exclamam: "Que beleza!"LIVRO - O PEQUENO PRÍNCIPE, cap. IV.

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