Durante anos rezei pela mesma cartilha de um dos meus
professores e ídolos: a de que as questões ou hipóteses de pesquisas eram
promissórias que, portanto, deveriam ser resgatadas ao final do trabalho de
pesquisa. Só recentemente, após me aprofundar nos estudos das teorias da
complexidade e dos ecossistemas comunicacionais, percebi que a máxima do meu “velho
mestre” não se aplica aos trabalhos de pesquisa que nos autorizam às
descobertas. Transformar a pesquisa acadêmica em um resgate de promissórias é
não deixar espaços para o novo, para o que há de primordial na pesquisa científica:
a descoberta. É preciso investir em uma nova forma de ver o mundo. E essa forma
não passa apenas pelo crivo do olhar da Ciência tradicional. Louvar o método em
cânticos e orações diárias é a forma mais fundamentalista de engessar a
pesquisa acadêmica. É mister que nos libertemos dessa visão e rasguemos todas
as promissórias. Para o bem da universidade brasileira e dos pesquisadores que
acreditam ser possível pesquisar para não descobrir apenas o óbvio.
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