O dia-a-dia do jornalista não é feito exclusivamente da técnica. Aliás, fosse o jornalismo apenas técnico, qualquer pessoa com domínio médio da Língua Portuguesa, estaria apto a exercer a função. É bem-verdade que, mesmo antes da queda da exigência do diploma para o exercício da profissão, muitas empresas jornalísticas, inclusive, e quase sempre, de Manaus, contratavam como seus “escrevinhadores” pessoas de domínio mediano, ou até extremamente duvidoso da Língua para exercer a profissão. Mas, o que se quer provocar aqui é uma reflexão sobe a prática efetivamente profissional do jornalismo. E ela não deve ocorrer, para o bem da sociedade, sob o império da técnica e sim da reflexão sobre as responsabilidades do jornalista. E elas não se limitam ao domínio da escrita. Jornalismo não é arte, não é feeling, não é dom. A prática do jornalismo é laboriosa, requer compromisso social e respeito aos valores basilares da vida em comunidade. Assim sendo, há valores sobre os quais não se pode tergiversar. Jornalista que vive em um estado democrático de direito tem o dever de defender valores democráticos, de respeito ao próximo, às individualidades, e às diferenças. Jornalista verdadeiramente profissional não pode, nem deve, se dar ao luxo de ser preconceituoso e intolerante. Como ser humano pode-se ter todos os direitos individuais. No exercício da profissão, não me cabe defender valores pessoais, mas, valores coletivos. Pensar a prática do jornalismo deve ter como meta a defesa de valores capazes de transformar a sociedade. Em não sendo assim, o jornalismo perde a razão de ser da sua existência e transforma-se na mera prática da escrita de aluguel. E, como mera venda de serviços, o jornalista sente-se no direito de servir a quantos senhores e senhoras desejar. A humanidade conhece essa prática como a mais antiga das profissões. E, também, nem é exigido o diploma.
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