Os programas de Pós-graduação do Brasil inteiro, e no Amazonas não são diferentes, passam por um momento delicado. Não me refiro apenas aos que possuem nota 3 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O problema não está na nota, mas, no descompromisso, às vezes, induzido, com que esse nível de educação passou a ser tratado. Vislumbram-se, claramente, duas categorias de professores: os entupidos de trabalhos e os que fazem parte de um programa apenas para tê-lo como “grife”, mas não participam de nada. Do outro lado, estudantes na mesma condição: os que trabalham que nem condenados para ganhar a vida (e a pós-graduação é mais uma chance) e os irresponsáveis por excelência. Essa equação, porém, estraçalha a qualidade dos programas. Transforma-os em cursos de graduação com um nível a mais. É impossível um curso de Pós-graduação ter qualidade e excelência sem estudantes e professores empenhados nas tarefas dos grupos de pesquisa. Não há Pós-graduação reconhecida sem que as pesquisas sejam exaustivamente discutidas e partilhadas. É preciso, com urgência, repensar o modelo atual. Reconheço a necessidade de os estudantes trabalharem. Mas, isso não pode ser motivo para “passarmos a mão” na cabeça de ninguém. Quem trabalha, felizmente, terá de fazer esforço dobrado para chegar lá. Sacrificar a qualidade dos programas porque os estudantes são trabalhadores é crime inafiançável.
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