Ouço falar muito dos ambientes de aprendizagem. Estudo, pesquiso, tento me aprofundar no conhecimento sobre os “ambientes comunicacionais midiáticos”, porém, ainda não tinha me deparado pessoalmente com uma experiência de êxito. Há muito conheço a proposta pedagógica de Maria Montessori, cuja base é “liberdade e responsabilidade”. Inclusive, o pano de fundo da proposta do novo currículo do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) é essa: liberdade para transitar pelas disciplinas da Ufam, módulos e submódulos do curso. Na prática, porém, a experiência para rumar para o fracasso. Uma das explicações para a pouca ousadia pedagógica nas universidades brasileiras é o caráter cartesiano do pensamento ocidental. Não fomos educados para ver (nem perceber) o todo. Para nós, a soma das partes é o todo e ponto final. Esse raciocínio nos leva a crer que basta dividir a aprendizagem em conteúdos, em gavetinhas, chamadas disciplinas; e trabalhá-las sem nenhum tipo de conexão e interrelação que, ao final de tudo; o processo de aprendizagem terá obtido êxito. Ledo engano. Em particular porque a visão predominante de quem assim pensa, não é processual. É uma convicção cartesiana de que a soma das partes é o todo. Sou convicto intelectualmente que a sala-de-aula tradicional é o pior ambiente de aprendizagem que existe até hoje, em todos os níveis da educação, no País e no mundo. Sei, também, que há propostas de romper com esse atraso centenário. E ontem, casualmente, deparei-me com uma experiência das mais emocionantes e instigantes: a Escola Mundo Infantil, em Jequié, na Bahia. Nela, as crianças não são divididas por séries. São “agrupadas” pela faixa etária e transitam em torno das habilidades que precisam desenvolver. A própria escola é um espaço, um ambiente, que proporciona experiências comunicacionais desafiantes, instigadoras. A professora Taína da Hora é uma das responsáveis pelas “agrupadas” 1 e 2. Ela explicou que lá as crianças experimentam sem receio do erro: “não ressaltamos o erro nem o acerto. A própria criança descobre, com os nossos materiais didáticos, por exemplo, que os cilindros se encaixam em buracos de determinados diâmetros correspondentes. Nós não ressaltamos se está certo ou errado. A criança descobre qual o encaixe perfeito”. É uma experiência instigante até para quem vê. No meu Facebook você pode ver as fotos da escala no www.facebook.com/GilsonMonteiro. e perceber a experiência. Transcrevê-la ficará longe do que lá ocorre.
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