A primeira distinção que costumo fazer para os estudantes de pós-graduação com os quais trabalho é entre “pesquisa ideal” e a “pesquisa possível”. A primeira brota dos livros, manuais e guias. Como é desenhada por centenas de autores, não passa de um sonho platônico, um “lugar das idéias”. Tirá-la do papel é tarefa hercúlea. Muito pouco provável, por exemplo, para um estudante de mestrado, cujo prazo para executá-la é de apenas dois anos. Por isso defendo que se faça a “pesquisa possível”. A ideal é para ser conhecida, estudada, porém, dificilmente executada. Projetar, portanto, uma pesquisa nos moldes defendidos pelos manuais de metodologia é um passo enorme para frustrações futuras. O desenho da pesquisa, portanto, seu planejamento, deve ser baseado na realidade empírica do pesquisador. É preciso avaliar todas as variáveis possíveis envolvidas no projeto (de pesquisa e de vida). Quem não tiver tempo para se dedicar às leituras, às reflexões e ao trabalho braçal de ir a campo, é sério candidato a se frustrar, frustrar seu orientador e o programa no qual desenvolve o trabalho. A “pesquisa possível”, portanto, cabe nos limites da própria capacidade do pesquisador. Pensar a pesquisa dentro desses limites diminui as possibilidades de frustrações futuras.
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