Sou entusiasta das “negociações” para a aprendizagem entre o educador e o estudante. No entanto, há limites! Por exemplo, atualmente, em quase todas as universidades brasileiras, nas avaliações internas, há um item: “o professor apresentou e discutiu com os estudantes o plano de curso?” Se não o fizer, o professor corre riscos de ser mal-avaliado. Não discordo de que exista, sempre, um processo de aproximação e negociação entre professores e estudantes. No entanto, tenho dúvidas se os estudantes já sabem o que precisam estudar, quais habilidades desenvolver e quais estratégias devem ser usadas para se chegar aos objetivos propostos. Pergunto: se os estudantes já sabem tudo isso, cabe a nós professores o quê? É bem-verdade que um estudante, com tempo disponível, talvez seja capaz de dominar determinados conteúdos (e habilidades) até muito mais que o próprio professor. No entanto, o que não pode é essa negociação inicial balizar e amarrar todo o processo de ensino aprendizagem como se fosse uma espécie de camisa-de-força. Na sociedade do conhecimento, aprisionar o processo em um “plano de curso” foge, inclusive, da visão em redes da nova ciência. É preciso, antes de tudo, equilíbrio. E entender que o conhecimento é dinâmico como o processo de aprendizagem. Sem levar em conta esses fatores, os instrumentos (como o é o Plano de Curso) irão sempre a reboque do processo. Sem esquecer que há direitos e deveres. E não há negociação dialógica em educação se os estudantes não lerem os textos propostos e nem os discutirem, em sala-de-aula. O que era pra ser processo transforma-se em monólogo. Em sendo assim, o Plano de Curso não passa de uma mera defesa para aqueles que não estudam, vão mal nas avaliações e, depois, pegam detalhes não cumpridos do Plano, talvez em função da própria falta de compromisso deles, para tentar desqualificar o professor.
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