Pior que pesquisar o óbvio é admitir isso na “Introdução” do projeto. Alguns “metodologistas” de plantão, aliás, inventaram uma novidade: a apresentação. Deus do céu! Quanta criatividade e falta de conhecimento. Livros e relatórios técnico-científicos necessitam de apresentação; teses e dissertações; não. Essas possuem única e exclusivamente “Introdução”, que, no Projeto de Pesquisa (por muitos denominado, equivocadamente, pré-projeto), o autor contextualiza o “problema de pesquisa”, conduz o leitor ao objeto de pesquisa, ao que você se propôs a pesquisar. Há outras aberrações como “construir o seu objeto de pesquisa”. Problemas de pesquisa são recortes imperfeitos da realidade empírica, logo, jamais são construídos. Existem, estão soltos pela vida, feito fantasmas a torturar os pesquisadores menos experientes e os candidatos a pesquisadores, assim como seus orientadores às vezes os torturam com baboseiras. Dentre elas, essas tais “construções do objeto”. Caminhos como esses levam a pesquisar o óbvio. Ou a se imaginar que o mundo será salvo pela sua pesquisa. Nem uma coisa, nem outra. Se problemas de pesquisa são recortes imperfeitos da realidade, a própria teoria também o é. Logo, a pesquisa científica ajuda a entender a realidade, não a desvendá-la. Nem por isso, se deve pesquisar só o que está ao alcance dos olhos. O desafio é tentar desvendar a realidade sabendo que entender parte dela já é um grande feito.
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