No livro Raízes do Brasil, escrito na década de 30, Sérgio Buarque de Holanda, já chamava a atenção para o que ele denominou “vício do bacharelismo”, cuja tendência é valorizar a personalidade individual. Holanda vislumbra, há tempos, a tendência da elite brasileira, e também da classe média, de supervalorizar os títulos acadêmicos. Com conseqüência disso, embora não tenha sido dito claramente por Holanda, pode-se inferir que a crença coletiva de que só existe vida se passar pela universidade é parte dessa supervalorização, do beletrismo. Esse tipo de postura coletiva empurra todos os jovens para a universidade, como se o “sucesso” só ocorresse para quem possui curso de graduação. Enquanto isso, no mundo real, do trabalho, sobram vagas, por exemplo, para padeiros, açougueiros, pintores e outras. Esse vício coletivo do bacharelismo termina por afetar a vida de muitas pessoas e de suas famílias. Há que se vencer essa barreira psicológica. Há vida fora dos muros das universidades. Vivê-la é fundamental.
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