O
professor de história da Universidade de São Paulo (Usp), Angelo
Seguillo, põe um dedo em uma ferida que teima em nunca criar nem casca nas
universidades brasileiras: os concursos públicos para a carreira do magistério
superior. Em seu blog, ele afirma: "Este é um problema pouco discutido
abertamente, pois mexe em interesses e estruturas de poder acadêmico.
Entretanto, é mister enfrentarmos esta questão. Nós, professores
universitários, intelectuais em geral, frequentemente acusamos os políticos de
patrimonialismo, de usar o público como se fosse privado, e de deixar
interesses privados se sobreporem ao público. Mas não será exatamente isso que
ocorre nesses casos de favoritismo, nepotismo ou compadrio quando candidatos
são favorecidos por estarem já conectados a alguma rede, grupo ou mesmo
indivíduo local?"
E
completa o raciocínio: "Outra razão por que é importante este problema ser
sanado é a seguinte. Nós, os professores universitários, os intelectuais, somos
uma espécie de “grilo falante” da sociedade, a consciência que pensa
criticamente e aponta erros e caminhos. Se nós aceitarmos este tipo de
“patrimonialismo” entre nós, como poderemos criticar os políticos por fazerem o
mesmo?"
Como
o professor Angelo Segrillo, também acredito que nem todos os concursos
públicos para a carreira do magistério superior são corrompidos. No entanto, há
casos gritantes de favorecimentos e manobras internas que precisam ser
investigados e punidos rigorosamente. Não como uma espécie de "caça às
bruxas", como bem ressalta o professor da Usp, mas, como forma de evitar
que favorecimentos ocorram exatamente nos concursos que deveriam servir de
exemplo para a sociedade. Nenhum de nós tem o direito de se omitir diante de um
problemas desses. Devemos agir não apenas como professores, mas também, e,
principalmente, como cidadãos brasileiros na defesa da transparência plena das
ações no serviço público.
Visite
também o Blog Gilson Monteiro Em Toques
e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou
encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.